O ouro é um componente vital e invisível que alimenta a tecnologia moderna, indo muito além de joias e reservas financeiras. Nas placas de circuito impresso (PCBs), esse metal precioso desempenha um papel insubstituível devido à sua condutividade elétrica superior e resistência absoluta à corrosão.
Embora a quantidade em um único dispositivo pareça irrisória, o volume acumulado em toneladas de eletrônicos cria verdadeiras “minas urbanas”. Entender onde esse ouro está e quanto ele vale é o primeiro passo para compreender a economia da reciclagem eletrônica.
A quantidade exata de metal nobre varia drasticamente conforme a idade e o tipo do dispositivo. Fabricantes modernos buscam reduzir custos, usando camadas cada vez mais finas, enquanto equipamentos antigos, da era pré-2000, eram muito mais generosos no uso de metais preciosos.
Confira a estimativa média de ouro 22 quilates contidos nos principais eletrônicos do dia a dia:
Dispositivo eletrônico comum que abriga pequena quantidade de ouro de alta pureza
O ouro não é aplicado aleatoriamente; ele é usado estrategicamente onde a falha não é uma opção. Você encontrará a maior concentração nos conectores de borda, como aqueles “dedos” dourados nos pentes de memória RAM e placas de vídeo, que precisam resistir a múltiplas inserções sem oxidar.
Outro local rico são os pinos de processadores e circuitos integrados (CIs). Dentro desses chips, fios microscópicos de ouro, chamados de bonding wires, conectam o silício aos terminais externos, garantindo que a informação flua na velocidade da luz sem interferências.
No vídeo a seguir, o tiktoker Lucas Rabelo, com mais de 2 milhões de seguidores, faz a extração de ouro de alguns dispositivos eletrônicos:
Com a cotação do ouro em alta histórica, ultrapassando R$ 700,00 por grama em dezembro de 2025, a ideia de mineração caseira parece tentadora. Um computador antigo dos anos 90 poderia, teoricamente, conter mais de R$ 1.000,00 em ouro.
No entanto, a extração caseira é perigosa e raramente lucrativa para iniciantes. O processo exige produtos químicos tóxicos, como ácidos fortes, e equipamentos de proteção adequados, além de uma quantidade massiva de placas para justificar o custo operacional e o risco à saúde.
A “mineração urbana” industrial é a solução mais eficiente. Recuperadores profissionais processam toneladas de material, garantindo que metais como cobre, prata e paládio também sejam aproveitados, fechando o ciclo da sustentabilidade com lucro real.
Se você possui uma pilha de eletrônicos antigos, considere encaminhá-los para empresas de reciclagem certificadas que remuneram pelo peso do material, garantindo o descarte correto e algum retorno financeiro.
Dispositivo eletrônico comum que abriga pequena quantidade de ouro de alta pureza
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Existe um dado fascinante que explica por que a reciclagem industrial é o futuro: a concentração de ouro em uma “mina urbana” é infinitamente superior à de uma mina natural.
Enquanto uma mineradora precisa escavar uma tonelada de rocha para extrair cerca de 4 a 5 gramas de ouro, a mesma tonelada de placas de circuito de celulares pode conter mais de 150 gramas do metal precioso.
Isso significa que, proporcionalmente, o entulho eletrônico é 30 vezes mais rico do que o minério bruto encontrado na natureza. Portanto, jogar um dispositivo no lixo comum não é apenas um erro ambiental grave; é, literalmente, enterrar uma pepita de ouro refinado que jamais voltará ao mercado.
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