A produção de veículos no Brasil caiu 8,2% em novembro, na comparação anual, totalizando 219,1 mil unidades, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (8) pela Anfavea, entidade que representa as montadoras. Frente a outubro, o recuo foi de 11,6%.
No acumulado de 2025, o setor soma 2,46 milhões de unidades produzidas, alta de 4,1% ante os onze primeiros meses do ano passado, mas abaixo do ritmo necessário para cumprir a expectativa inicial de crescimento da associação.
As vendas de veículos também registraram queda. Em novembro, 238,6 mil unidades foram licenciadas, queda de 5,9% no comparativo anual — o pior desempenho para um mês desde 2022. Na passagem de outubro para novembro, houve retração de 8,5%, influenciada pelo menor número de dias úteis.
Com isso, o acumulado do ano mostra crescimento modesto de 1,4%, para 2,41 milhões de unidades comercializadas.
Segundo o presidente da Anfavea, Igor Calvet, o principal fator por trás da desaceleração é a alta dos juros.
“Nós tínhamos uma conjuntura em novembro do ano passado diferente da de novembro deste ano, em função, sobretudo, de Selic e, consequentemente, da taxa de juros da pessoa física”, afirmou.
A Selic passou de 11,25% para 15% em um ano, enquanto a taxa média de financiamento de veículos ao consumidor subiu de 26,4% para 27,4%.
A Anfavea projetava crescimento de 7,8% na produção neste ano, mas o avanço acumulado até novembro — 4,1% — torna a meta praticamente inalcançável.
“A nossa projeção muito provavelmente não vai se realizar diante dos resultados acumulados até novembro”, disse Calvet.
No segmento de caminhões, o desempenho negativo chama atenção: a produção recua 9,3% no ano, e a projeção para veículos pesados é de estabilidade (-0,2%).
“Os juros asfixiam, os juros param o mercado, os juros impedem que o mercado de caminhões siga adiante”, declarou.
As exportações, que vinham ajudando a sustentar o setor, também recuaram. Em novembro, 35,7 mil veículos foram enviados ao exterior, queda de 13,8% na comparação anual e de 12% frente a outubro.
Ainda assim, no acumulado do ano, os embarques somam 510,1 mil unidades, alta de 37,9% sobre 2024, puxada principalmente pela demanda da Argentina, embora com sinais de arrefecimento recente.
Com o enfraquecimento do mercado, o estoque de veículos subiu de 43 para 46 dias de venda, totalizando 417,1 mil unidades paradas em pátios de fábricas e concessionárias.
O setor também registrou redução de empregos: 88 vagas foram eliminadas em novembro, e a indústria automotiva emprega agora 110,8 mil trabalhadores.
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