Home office traz mais engajamento, porém, menos bem-estar Arte Época NEGÓCIOS/Pexels Uma pesquisa global da consultoria Gallup aponta que funcionários que Home office traz mais engajamento, porém, menos bem-estar Arte Época NEGÓCIOS/Pexels Uma pesquisa global da consultoria Gallup aponta que funcionários que

Trabalho remoto enfrenta paradoxo de maior engajamento e menos bem-estar, mostra pesquisa

2025/12/18 17:01
Home office traz mais engajamento, porém, menos bem-estar — Foto: Arte Época NEGÓCIOS/Pexels Home office traz mais engajamento, porém, menos bem-estar — Foto: Arte Época NEGÓCIOS/Pexels

Uma pesquisa global da consultoria Gallup aponta que funcionários que trabalham totalmente remoto apresentam, por um lado, mais engajamento, mas, por outro, menos bem-estar. Os dados são da última versão do relatório State of the Global Workplace, divulgado neste ano.

O estudo aponta que trabalhadores totalmente remotos são os mais propensos a estar engajados no trabalho (31%) na comparação com trabalhadores híbridos (23%), presenciais com função remota possível (23%) e presenciais sem função remota possível (19%). O engajamento mede o entusiasmo que os trabalhadores sentem pelo que fazem e o vínculo com sua equipe e organização.

A consultoria aponta que trabalhadores remotos podem se sentir mais engajados por ter mais autonomia, possibilitando que usem melhor seus pontos fortes, entrem mais facilmente em estado de fluxo e utilizem o tempo com mais eficiência.

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O outro lado da moeda mostra que funcionários totalmente remotos têm maior probabilidade de relatar sentimentos de raiva, tristeza e solidão do que trabalhadores híbridos e presenciais.

O estudo aponta, por exemplo, que eles têm mais probabilidade de dizer que sentiram muito estresse no dia anterior (45%) do que trabalhadores presenciais (39% com função remota possível, 38% sem função remota possível), apresentando níveis de estresse semelhantes aos dos trabalhadores híbridos (46%).

Segundo a Gallup, esses resultados sugerem que ser totalmente remoto costuma ser mais desgastante mental e emocionalmente do que trabalhar no modelo presencial ou híbrido. A consultoria cita fatores podem explicar esse padrão:

Distância física pode criar distância mental

Para alguns empregados, trabalhar remotamente pode parecer “apenas trabalho”, sem amizades, almoços em grupo, histórias compartilhadas e companheirismo que o modelo presencial ou híbrido oferece. O isolamento pode aumentar a solidão e, sem apoio social, contribuir para tristeza e raiva. Segundo a consultoria, compartilhar refeições é um indicador de bem-estar tão forte quanto a renda.

Autonomia pode gerar estresse

Embora a autonomia aumente o engajamento ao dar mais controle sobre o tempo, excessivamente, ela pode gerar estresse. Gerenciar o próprio tempo e coordenar atividades com outras pessoas pode ser difícil sem limites claros.

Tecnologia pode frustrar

A colaboração por tecnologia digital nem sempre é fluida, e a frustração varia conforme a tarefa. Funcionários remotos também podem ter menos acesso a recursos e equipamentos disponíveis para quem está no escritório.

Qual o desafio para as empresas?

Para Ricardo Guerra, CEO do Wellhub no Brasil, as empresas precisam oferecer flexibilidade. "O principal ponto é que tudo que é absoluto tem um desafio. Uma das coisas que a gente entende cada vez mais é que no mundo moderno é preciso escutar as pessoas. A empresa precisa estar aberta e deve ter o máximo de modelos flexíveis a acomodar a cultura da empresa com o perfil dos colaboradores. E, obviamente, a partir daí construir uma cultura saudável", diz ele.

"Quando a empresa escolhe um modelo ou outro [híbrido, presencial ou remoto], ela tem que adaptar a sua cultura para acomodar esse modelo. Mesmo a empresa que escolha cinco dias por semana, ainda diria que é importante dar mais dias ou períodos para que as pessoas possam adequar suas rotinas. Por exemplo, em vez de fazer todo mundo chegar às 9 horas, é possível trabalhar com outros horários para escapar de trânsito. Deixar dias que a pessoa pode chegar no meio do dia em vez de ficar no dia inteiro. Há vários modelos diferentes", afirma Guerra.

A pesquisa Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026, realizada pelo Wellhub (antigo Gympass) com mais de 5.000 profissionais em dez países, mostra que 86% dos colaboradores consideram o bem-estar tão importante quanto o salário e 89% deles afirmam que, quando priorizam o bem-estar, têm melhor desempenho no trabalho. No Brasil, os números são 89% e 94%, respectivamente.

O levantamento apontou ainda que apenas 17% concordam plenamente que o bem-estar faz parte da cultura de suas empresas (22% no Brasil), sendo que 81% acreditam que a empresa tem a responsabilidade de ajudar a cuidar do bem-estar (69% no Brasil).

"Os profissionais acham que poucas empresas fazem, mas a maioria tem certeza que a empresa deveria fazer mais. Se não tem esse diálogo, a percepção piora. Quando a percepção piora, o colaborador se distancia. Esse é um dos grandes desafios", diz Guerra.

Para ele, o ambiente de trabalho hoje é muito melhor do que há 20 anos, com mais programas de bem-estar, segurança psicológica, confiança, respeito e diversidade. Porém, as questões sociais também se intensificaram. "O ambiente profissional melhorou significativamente. O grande desafio é que a sociedade apresenta um grau mais complexo para os seus cidadãos, seja através de novas ferramentas, como redes sociais e telas, a trânsito, insegurança, entre outros desafios que tornam esse bem-estar mais desafiador. Acho que as empresas têm um papel grande aí".

Por que o bem-estar de trabalhadores remotos importa?

Engajamento e bem-estar, juntos, sustentam o desempenho de longo prazo e o compromisso com o trabalho, aponta a Gallup.

Globalmente, 57% dos trabalhadores totalmente remotos estão buscando ativamente ou observando passivamente novas oportunidades de emprego. Entre os totalmente remotos engajados, esse número cai para 47%. Quando trabalhadores totalmente remotos estão engajados e prosperando, apenas 38% dizem que procuram uma nova oportunidade.

Ao apoiar tanto o engajamento quanto o bem-estar, as empresas podem proteger sua força de trabalho. Para Guerra, as pessoas gostam de sentir que fazem parte de uma cultura e de uma organização que olha para ela como indivíduo, que respeita as suas diferenças, as suas vidas. E para as empresas, isso significa mais retorno. "Se a parte humana não for suficiente, que já deveria ser para convencer cada um de nós, a gente tem vários estudos que mostram que empresas que investem bem-estar crescem e têm melhores resultados financeiros", diz ele.

"Dentro do que nós já medimos, a gente já percebeu que empresas que oferecem mais bem-estar aos colaboradores, que utilizam a plataforma do Wellhub, faltam menos ao trabalho, ficam mais tempo na empresa do que quem não usa, ou seja, o turnover é menor, tem menos custos de saúde, estão mais tempo felizes e estão mais tempo aptos a produzir. Então, o bem-estar, assim como cuidar da saúde, assim como cuidar para que as pessoas sejam felizes, já se sabe que traz um resultado melhor para as companhias", afirma Guerra.

Mas, segundo ele, não basta apenas implementar diversos programas de bem-estar. É importante medir os resultados que eles estão trazendo. "Não é só criar programas para acrescentar na lista de benefícios. Você precisa garantir que os colaboradores, na cultura que você tem na empresa, estão aderindo a isso", diz Guerra. "Já não tem mais desculpa para uma empresa não quer fazer um programa de bem-estar", conclui.

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