O conselho diretor do Kennedy Center, importante centro cultural e teatro em Washington, decidiu na 5ª feira (18.dez.2025) renomear a instituição para Trump-Kennedy Center. Os integrantes do órgão que controla o centro cultural foram escolhidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), em fevereiro.
“A votação unânime reconhece que o atual presidente salvou a instituição da ruína financeira e da destruição física”, disse Roma Daravi, vice-presidente de relações públicas do centro, em publicação no X. “O novo Trump-Kennedy Center reflete o apoio bipartidário inequívoco ao centro cultural norte-americano para as gerações futuras”, declarou.
Em post na rede social, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, elogiou a mudança. “Parabéns ao presidente Donald J. Trump e, da mesma forma, parabéns ao presidente Kennedy, porque esta será uma equipe verdadeiramente grandiosa por muitos anos! O edifício, sem dúvida, alcançará novos patamares de sucesso e grandeza”, disse.
Depois do anúncio, congressistas democratas disseram que o conselho não pode alterar o nome do Kennedy Center sem que a decisão passe pelo Congresso dos EUA.
O líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries (Partido Democrata), disse, segundo o site Axios: “O Conselho do Kennedy Center não tem autoridade para, de fato, renomear o Kennedy Center na ausência de uma ação legislativa, e vamos deixar isso claro”.
O ex-deputado Joe Kennedy 3º, sobrinho-neto do falecido presidente norte-americano John F. Kennedy, disse no X que a mudança do nome do centro é ilegal. “O Kennedy Center é um memorial vivo a um presidente falecido e leva o nome do presidente Kennedy por lei federal. Ele não pode ser renomeado, assim como ninguém pode renomear o Lincoln Memorial, não importa o que digam”, declarou.
Kerry Kennedy, sobrinha do falecido presidente e irmã do secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., também condenou a mudança. “O presidente Trump e seu governo passaram o último ano reprimindo a liberdade de expressão, visando artistas, jornalistas e comediantes, e apagando a história de americanos cujas contribuições tornaram nossa nação melhor e mais justa”, disse no X.
“O presidente Kennedy orgulhosamente defendeu a justiça, a paz, a igualdade, a dignidade, a diversidade e a compaixão por aqueles que sofrem. O presidente Trump se opõe a esses valores e seu nome não deve ser associado ao do presidente Kennedy”, declarou Kerry.
A instituição cultural é sede da Orquestra Sinfônica Nacional e da Ópera Nacional de Washington.
Dias depois de tomar posse em janeiro deste ano, Trump demitiu os membros do conselho diretor e indicou nomes como a secretária de Justiça, Pam Bondi, a jornalista da Fox News Laura Ingraham e a mulher do vice-presidente J.D. Vance, a segunda-dama Usha Vance. Ele também indicou a si mesmo como presidente da instituição.

