Marco Aurélio de Carvalho é amigo de Fábio Luís, que não contratou advogado por não ser investigado no esquema de descontos ilegais de benefícios do INSSMarco Aurélio de Carvalho é amigo de Fábio Luís, que não contratou advogado por não ser investigado no esquema de descontos ilegais de benefícios do INSS

Indícios da PF contra Lulinha são “fofocas e vilanias”, diz advogado

2025/12/21 16:59

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, disse ao Poder360 no sábado (20.dez.2025) que as citações a Fábio Luís Lula da Silva em investigações da Polícia Federal sobre descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS são “fofocas e vilanias” e mais uma tentativa de prejudicar sua família e o governo.

Fábio Luís é o filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele não é formalmente investigado pela Polícia Federal, mas a corporação levantou uma série de indícios de que Lulinha, como é conhecido, manteve relação de proximidade e até uma sociedade empresarial com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido nos meios políticos como Careca do INSS e que está preso desde 12 de setembro de 2025.

“As trocas de mensagens de Roberta [Luchsinger] com outros investigados são absolutórias. Ela própria diz que tentaram envolver o Fábio no passado em diversas coisas e agora não é diferente. Ou seja, se tentaram envolver, é porque ele não está envolvido. Por isso, ele está absolutamente tranquilo”, disse. Ele afirmou que Fábio Luís não contratou e ainda não pretende contratar um advogado porque não é alvo das investigações. Leia mais abaixo informações sobre Roberta Luchsinger.

Para Marco Aurélio, as citações a Fábio Luís e os indícios apontados pela Polícia Federal são, por enquanto, “fofocas, vilanias e tentativas de mais uma vez envolver o nome do filho do presidente em escândalos para provocar desgaste para a família e para o governo”.

“Nada diferente do que já aconteceu. Ao final, tudo será esclarecido. Não é uma novidade a tentativa de envolver seu nome em escândalos. Quero saber, por exemplo, onde está a Ferrari de ouro que atribuíram a ele? Cadê os dividendos da sociedade que ele tinha com a Friboi?”, disse, em referência a boatos surgidos em anos anteriores que se provaram infundados.

Marco Aurélio também afirmou que os vazamentos de informações sobre as investigações para a imprensa são graves e devem ser investigados.

“Parte do que estamos vivendo hoje nos faz remeter a períodos muito tristes da história do Brasil, com a instrumentalização de parte da Polícia Federal a serviço de interesses políticos e eleitorais. Esses tipos de vazamentos são inadmissíveis. Tenho certeza que o Andrei [Rodrigues, diretor-geral da PF] vai investigar”, disse.

Edson Claro, ex-funcionário do Careca do INSS, disse em depoimento para a Polícia Federal que Lulinha recebeu pagamentos mensais de “cerca de R$ 300 mil” (que é tratado como “mesada”), sem especificar o período. Além disso, o filho do presidente da República também fez viagens junto com o Careca do INSS para Portugal, segundo depoimento coletado nas investigações.

A PF não esclarece o tipo de sociedade que Lulinha tem ou pode ter mantido com o Careca do INSS com base no que diz Edson Claro. Uma possibilidade que está nas investigações é que ambos possam ter relação com um empreendimento chamado World Cannabis, cujas operações estão no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos e na Colômbia. A empresa tem sede em Brasília.

A finalidade oficial da empresa é a venda de cannabis medicinal, que seria produzida em Portugal. A PF suspeita, entretanto, que a empresa servia para o Careca do INSS lavar dinheiro que havia sido obtido ilegalmente por meio das fraudes em descontos associativos de beneficiários do INSS.

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que autorizou nova fase da operação Sem Desconto, realizada na 5ª feira (18.dez.2025), menciona 3 vezes (duas de forma indireta e uma forma direta) Lulinha.

O documento diz que houve 5 pagamentos de R$ 300 mil feitos pelo Careca do INSS para a lobista Roberta Luchsinger, amiga próxima de Lulinha. Ele aparece na investigação como “filho do rapaz”. Leia a íntegra (PDF – 567 kB).

Em outro momento, quando as investigações já estão em curso, Roberta parece tentar acalmar o Careca do INSS. “Na época do Fábio falaram de Friboi, de um monte de coisa maior… igual agora com você”. Em 2015, surgiram rumores de que Lulinha seria sócio oculto da JBS, dona da marca Friboi, o que se provou infundado na época.

Em outros documentos da PF aos quais o Poder360 teve acesso, há outras citações a Lulinha em situações em que poderia ajudar de alguma forma os acusados de fraudar o INSS.

Lulinha aparece de várias formas em imagens com as reproduções das conversas de WhatsApp entre Roberta e o Careca do INSS. Às vezes é “nosso amigo”. É também citado num envelope com um ingresso para um show como “Fábio (filho Lula)”. Em outro trecho, há outra menção: “Mas é mais do mesmo. Vão tentar jogar o Fábio dentro disso”. Num diálogo, há uma afirmação sobre Lulinha: “Meu amigo gostou”. Não se sabe exatamente o que teria agradado ao filho do presidente da República.

No que foi descoberto até agora, Roberta e o Careca do INSS passaram a discutir formas de criar esquemas para esquentar o dinheiro que as investigações indicam ter sido obtido com fraudes contra aposentados.

Segundo a Polícia Federal, os indícios mostram que não havia uma relação de subordinação entre ambos, mas uma “atuação societária”. Os 2 frequentaram órgãos públicos, citando projetos que seriam implementados no governo federal e demonstravam ter um vínculo colaborativo que, no curso das investigações, foi considerado uma conduta descrita no artigo 332 do Código Penal: tráfico de influência.

O Poder360 entrou em contato com Roberta no sábado (20.dez) por telefone. A lobista disse que não poderia responder a questionamentos e pediu que este jornal digital entrasse em contato com seu advogado. Contatado, Bruno Salles disse que a defesa ainda está tendo acesso ao conteúdo das investigações. “Tem muita coisa completamente descontextualizada ali e que será objeto de esclarecimento no momento oportuno”, disse.

No início de dezembro, quando o Poder360 revelou a ligação de Lulinha com Roberta e os indícios de que ele manteve relação de proximidade com o Careca do INSS, a lobista enviou uma nota assinada por seu advogado a este jornal digital. Salles disse no texto que a empresária “jamais teve qualquer relação com descontos do INSS”.

Afirmou que Roberta atua com a “prospecção e intermediação de negócios com empresas nacionais e estrangeiras e, nesse âmbito, foi procurada no ano passado pela empresa” do Careca do INSS para atuar “na regulação do setor de empresas de canabidiol”.

O representante de Roberta disse que “os negócios se mantiveram apenas em tratativas iniciais e não chegaram a prosperar”. Afirmou também que Roberta “possui relação pessoal com Fábio Luís e sua família há vários anos, razão de terem feito viagens de passeio juntos inúmeras vezes”. Leia a íntegra (PDF – 160 kB) da nota de Roberta Luchsinger.

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