O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) e as deputadas Célia Xakriabá (Psol-MG) Sâmia Bonfim (Psol-RJ), esposa do congressista, fizeram nesta 3ª feira (9.dez.2025) um boletim de ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal para registrar o que chamaram de “agressão”.
O registro foi feito depois que Glauber foi retirado à força da cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), onde protestava contra a votação de sua cassação, colocada em pauta para 4ª feira. Ele ocupou o local por duas horas e meia até ser imobilizado por policiais legislativos.
Assista a Glauber sendo retirado da Mesa Diretora (4min28s):
A denúncia que pode levar à perda de mandato do deputado foi apresentada pelo Partido Novo em abril de 2024. A acusação é que Glauber agrediu Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre).
No boletim, obtido pelo Poder360, o os deputados alegam ter sofrido lesões corporais durante a abordagem policial. Eis a íntegra ( 104 KB).
Em depoimento, Glauber afirmou que “durante sua expulsão do plenário foi agredido, sendo lesionado em seu braço direito, bem como teve seu paletó rasgado”.
Glauber ressaltou que a ação dos policiais legislativos foi uma ordem deliberada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota (Republicanos-PB).
Sâmia apresentou hematomas durante a realização de exame no DEMED (Departamento Médico da Câmara dos Deputados). Segundo a deputada, a ocupação foi feita com o intuito de abrir o diálogo com Motta. A manifestação, disse, não estava atrapalhando em nada o andamento do trabalho legislativo, já que a sessão já estava suspensa.
A deputada Célia Xakriabá afirmou à polícia que sofreu “violência política e de gênero” durante ação da Polícia Legislativa, marcada por “uso desproporcional de força por agentes homens”. Segundo ela, foi “imobilizada, arrastada e lesionada”, precisando de atendimento médico após o episódio
Glauber Braga e Sâmia Bonfim registram B.O. após agressões na Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a ocupação da cadeira da presidência pelo deputado Glauber Braga (Psol-RJ) nesta 3ª feira (9.dez.2025). Disse que o congressista tentou intimidar a Casa e saiu “humilhado”.
“A cadeira da presidência não pertence a mim. Ela pertence à República. Pertence à democracia. Pertence ao povo brasileiro. E nenhum parlamentar está autorizado a transformá-la em instrumento de intimidação, espetáculo ou desordem“, disse, em discurso.
Motta disse que irá mandar investigar “possíveis excessos” da polícia legislativa, que empurrou deputados e jornalistas durante a saída de Glauber do plenário. Também afirmou que “quem tentou afrontar a Câmara, encontrou uma instituição firme, serena e inegociável”.


