A conta oficial do WeChat da co-CEO da Binance, Yi He, foi comprometida e utilizada para promover um memecoin pouco conhecido, desencadeando o que os analistas dizem ter sido um esquema clássico de pump-and-dump que deixou compradores tardios a amargar prejuízos.
A violação tornou-se pública após publicações suspeitas aparecerem na conta verificada de Yi He, promovendo um meme token para sua grande audiência de língua chinesa. As publicações foram rapidamente excluídas, e tanto Yi He quanto a Binance confirmaram que a conta havia sido invadida.
Yi He explicou posteriormente que o atacante obteve acesso através de um número de telefone antigo anteriormente vinculado à sua conta do WeChat. O número não estava mais sob seu controle, criando uma brecha de segurança inesperada que o hacker explorou.
O fundador da Binance, Changpeng Zhao, também emitiu um alerta no X, deixando claro que as publicações promocionais não se originaram de Yi He. Ele instou os usuários a ignorarem promoções de tokens de contas comprometidas e lembrou à comunidade que as redes sociais continuam sendo um elo fraco na segurança cripto.
Dados on-chain mostram que logo após as publicações serem divulgadas, carteiras recém-criadas começaram a acumular o memecoin promovido, conhecido simplesmente como MUBARA. O volume de negociação disparou à medida que traders de varejo entraram em massa. As carteiras então venderam rapidamente durante a alta, extraindo dezenas de milhares de dólares em lucro antes que a atividade diminuísse.
Empresas de análise blockchain estimam que o atacante ganhou aproximadamente 55.000 USDT em várias vendas, mantendo ainda um saldo considerável de tokens. O padrão reflete de perto manipulações de mercado anteriores impulsionadas por engenharia social vistas em exchanges descentralizadas.
O incidente surge em meio a um crescente escrutínio da conduta nas redes sociais dentro das principais empresas de criptomoedas. Segue-se a rumores circulando na indústria de que a Binance recentemente suspendeu um funcionário por supostamente usar uma conta pessoal de rede social para promover um projeto blockchain falso.
Embora a Binance não tenha confirmado oficialmente os detalhes dessa suspensão, o momento do hack de Yi He intensificou as preocupações sobre como influência, visibilidade e confiança podem ser facilmente mal utilizadas nos mercados cripto. Juntos, os dois episódios destacam a linha tênue entre presença online pessoal e responsabilidade corporativa em um setor ainda fortemente impulsionado por personalidades.
Yi He foi recentemente nomeada co-CEO da Binance, marcando um grande passo em seu papel de liderança após anos como uma das executivas mais proeminentes da empresa. O hack não afetou sua posição, mas desencadeou revisões internas renovadas em torno da segurança da conta e comunicações voltadas ao público.
Cofundadora da Binance e nova co-CEO Yi He
A Binance reiterou que nem executivos nem funcionários jamais promoverão tokens não verificados através de canais pessoais. A empresa instou os usuários a tratarem quaisquer dessas promoções como golpes, mesmo quando parecem vir de figuras confiáveis.
O episódio sublinha um problema mais amplo para a indústria cripto. A confiança é rotineiramente construída através das redes sociais em vez de fundamentos, e os atacantes continuam a explorar essa dinâmica. Como este caso mostra, nem mesmo os principais executivos da maior exchange do mundo estão imunes.
Para investidores de varejo, o aviso é familiar, mas cada vez mais urgente. Verifique as informações de forma independente, ignore endossos impulsionados pelo hype e presuma que nenhum token é legítimo simplesmente porque um nome de alto perfil aparece ao lado dele.


