Previsões para a cibersegurança na economia da IA em 2026 — Foto: Getty Images
O mundo nunca esteve tão incerto sobre o futuro. Existe um método para medir isso: trata-se do Índice de Incerteza Mundial (WUI), que monitora a ocorrência da palavra “incerto” nos relatórios de 200 países monitorados pela Economist Intelligence Unit, divisão de pesquisa e análise do The Economist Group. Entre janeiro e setembro de 2025, esse índice subiu 481%, superando o valor registrado durante a pandemia, segundo a pesquisa Tech Trends 2026, da Info-Tech.
O estudo aponta uma razão fundamental para essa incerteza: as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump a países em diferentes continentes. A nova política econômica dos Estados Unidos transformou corredores de livre comércio de longa data em canais truncados e difíceis de trafegar. Também entram na conta os fatores geopolíticos, com uma crescente divisão entre o Oriente e o Ocidente. Depois de décadas construindo cadeias de suprimentos globais em um planeta relativamente estável, agora as empresas estão tendo que trabalhar com a ideia de desglobalização, e também com a perspectiva de um mercado financeiro em constante volatilidade.
Ao mesmo tempo, as tecnologias emergentes estão transformando as organizações mais rápido do que nunca. Segundo a Info-Tech, a IA passou de uma tecnologia emergente, em 2024, para uma força transformadora, com uma taxa de crescimento de adoção de 80%. Por enquanto, a inteligência artificial generativa ainda lidera os investimentos, mas não deve demorar para que seja superada pela IA agêntica. Confira abaixo as seis principais tendências para 2026.
1. Cadeia de suprimentos resiliente
Se antes as empresas podiam contar com um mercado global de tecnologia à sua disposição, agora será preciso focar em fornecedores localizados, que sejam resistentes às tensões geopolíticas e à insegurança comercial. Os critérios de escolha também mudam: preço e disponibilidade dão lugar a resiliência e confiabilidade.
2. Orquestração multiagentes
A era dos agentes individuais baseados em tarefas vai acabar, sendo substituída por ecossistemas coordenados de agentes em torno de um objetivo compartilhado. Os novos agentes serão capazes de se adaptar a contextos diferentes, completar tarefas e até mesmo processos inteiros. Mas, para isso, serão necessários profissionais para coordená-los.
3. Redes de sensores inteligentes
A internet das coisas se tornará mais sofisticada, permitindo autonomia em tempo real. A convergência de sistemas microeletromecânicos (MEMS), sensores quânticos e algoritmos de IA está criando a próxima geração de aplicações, abrindo caminho para ações autônomas realizadas na borda, reduzindo a latência e a dependência de processamento centralizado.
4. IA como adversária e aliada
Hoje, a IA está sendo usada por cibercriminosos, organizações e mesmo países para potencializar seus ataques. Muitas empresas estão respondendo à altura, usando a inteligência artificial para apoiar suas capacidades de defesa. Mas o que acontece se a IA desenvolver uma personalidade própria e se voltar contra a humanidade, como preveem alguns?
5. Plataformas desenvolvidas com um propósito
A abordagem única para a infraestrutura de computação está migrando para uma arquitetura mais orientada para um determinado caso de uso. Nos últimos anos, os projetistas de chips criaram processadores para atender às necessidades da IA e de grandes bancos de dados. Essa personalização tende a se tornar mais avançada.
6. Serviço como software
Em vez de pagar pelo acesso a softwares fornecidos na nuvem, as empresas estão migrando para serviços que entregam resultados diretamente, geralmente automatizando processos que antes eram concluídos manualmente. A abordagem utiliza agentes de IA e recursos avançados de integração.


