O preço do Bitcoin segue pressionado nesta quinta-feira, enquanto o mercado digere a nova orientação do Federal Reserve e enfrenta um ambiente de aversão ao risco. A moeda opera abaixo de US$ 91.000, depois de um pregão marcado por forte volatilidade e por sinais mistos vindos da política monetária dos Estados Unidos.
Logo após a decisão do FOMC, o analista Nic Puckrin, do Coin Bureau, descreveu a reação inicial dos mercados como moderada. “A decisão do FOMC de hoje não foi tão hawkish quanto muitos participantes esperavam, então os mercados estão respirando aliviados”, afirmou. Ele destacou ainda que o plano do Fed de comprar US$ 40 bilhões em Treasuries ajudou o S&P 500 e o Bitcoin a subirem momentaneamente.
Mas esse alívio durou pouco. A queda brusca das ações da Oracle após o fechamento do mercado americano arrastou o Nasdaq-100 para mínimas de oito dias e puxou o BTC de volta para US$ 90 mil. A forte ligação entre cripto e ações mostrou mais uma vez que qualquer movimento brusco em Wall Street repercute diretamente nos ativos digitais.
O Fed reduziu os juros em 25 pontos-base, mas sinalizou apenas um corte ao longo de 2026. A mensagem foi vista como cautelosa, algo que Nic Puckrin reforçou ao dizer que o anúncio “não é suficiente para acionar um rali de Natal para o Bitcoin”. Ele observou que a falta de novos catalisadores limita qualquer alta mais consistente até o final do ano.
Essa leitura também aparece na análise de Manish Chhetri. De acordo com ele, “o preço do Bitcoin caiu pelo segundo dia consecutivo, impulsionado por um sentimento generalizado de aversão ao risco após o corte de juros do Fed”. Chhetri enfatizou que a queda para níveis abaixo de US$ 91 mil reflete um mercado ainda desconfortável com a direção da política monetária.
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Mesmo assim, o analista vê sinais positivos nos dados on-chain. “A pressão vendedora está diminuindo”, destacou, citando o relatório da CryptoQuant. Os depósitos em corretoras caíram de forma acentuada, especialmente entre grandes investidores, cuja participação nos envios passou de 47% para apenas 21% desde meados de novembro.
Chhetri explicou que baleias e detentores de curto prazo continuam vendendo com prejuízo, o que geralmente antecede períodos de estabilização. As perdas acumuladas já ultrapassam US$ 3,2 bilhões, número que indica exaustão da pressão de venda. Segundo ele, se essa tendência continuar, o Bitcoin pode “retornar para a região de US$ 99.000” nas próximas semanas.
Do lado institucional, os ETFs de Bitcoin trouxeram um respiro. Dados da SoSoValue mostram entradas de US$ 223,52 milhões na quarta-feira, o segundo dia seguido de aportes. Para os analistas, apenas uma sequência consistente desse movimento poderá sustentar um ciclo de recuperação.
No campo técnico, o BTC sofreu rejeição no nível de US$ 94.253, correspondente ao retraçamento de Fibonacci de 61,8%. O movimento abriu espaço para nova queda. Caso o preço siga recuando, o próximo suporte relevante se encontra em US$ 85.569. Já o IFR em 44 indica aumento do impulso vendedor.
Puckrin também chamou atenção para a incerteza estrutural no horizonte. “Com novos cortes de juros fora do radar, o foco será a liquidez e o balanço do Fed em 2026”, afirmou. Ele alertou que qualquer sinal de estresse pode gerar mais volatilidade.
Por enquanto, o mercado segue atento aos suportes essenciais. Uma queda abaixo de US$ 88 mil pode interromper por completo a tendência de alta iniciada em novembro. Já uma recuperação acima de US$ 94 mil reacenderia a busca pelo patamar psicológico de US$ 100 mil.
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Henrique Braun ingressou na Coca-Cola em 1996 e ocupa atualmente o cargo de diretor de operações BBC News fonte Bloomberg via Getty ImagesHenrique Braun in

