O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusou os Estados Unidos de “roubo descarado” e “pirataria internacional” depois de forças norte-americanas apreenderem um navio petroleiro na costa venezuelana. A declaração foi feita em nota publicada na 4ª feira (10.dez.2025), mesmo dia da interceptação. Eis a íntegra (PDF – 490 kB).
Equipes do FBI (Departamento Federal de Investigação), ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA) e Guarda Costeira executaram a operação no Mar do Caribe. O governo norte-americano justifica a ação afirmando que o navio transportava petróleo alvo de sanções internacionais.
Para a Venezuela, “a política de agressão” do presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), contra o país “faz parte de um plano deliberado para saquear nossos recursos energéticos”. A Casa Branca diz combater o narcotráfico.
O governo do presidente Nicolás Maduro (PSUV, esquerda) alega motivação estritamente política para a apreensão, afirmando que a ação visava “encobrir o espetáculo montado em Oslo”.
A fala faz referência à viagem da vencedora do Nobel da Paz, María Corina Machado, opositora do líder venezuelano, à Noruega, onde foi receber o prêmio na 4ª feira (10.dez). Em seu discurso, proferido pela filha, a ativista denunciou o que considera opressões do governo Maduro.
Trump confirmou a apreensão a jornalistas no mesmo dia. “Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um petroleiro grande, muito grande, o maior de todos os tempos, na verdade, e outras coisas estão acontecendo”, disse.
A Venezuela exportou mais de 900 mil barris de petróleo por dia em novembro, representando a 3ª maior média mensal do ano, mesmo durante a escalada de atritos com os EUA. Depois da apreensão, os contratos que definem o preço para entrega do petróleo em data futura subiram.
Assista ao momento da apreensão (54s):
Henrique Braun ingressou na Coca-Cola em 1996 e ocupa atualmente o cargo de diretor de operações BBC News fonte Bloomberg via Getty ImagesHenrique Braun in

