Funcionários dos Correios ameaçam entrar em greve depois de não chegarem a um acordo com a direção da estatal por reajustes e um benefício de fim de ano, conhecido como “vale-peru”. Além disso, eles reclamam de não ter havido nenhuma proposta de reajuste baseada na inflação –alegam não serem os culpados pela crise que a empresa atravessa e tampouco podem ser sacrificados por isso.
O chamado “vale peru” é um pagamento extra de R$ 2.500 para cada um dos 80.000 funcionários da estatal. Em 2024, a empresa gastou R$ 200 milhões com a rubrica, o que não deve se repetir neste ano. Os Correios enfrentam a maior crise da sua história.
Em reunião com o TST (Tribunal Superior do Trabalho), nesta 5ª feira (11.dez), os Correios propuseram manter o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), que vence na 2ª feira (15.dez), até 28 de fevereiro de 2026. A proposta, porém, não inclui as reivindicações dos trabalhadores, como ajuste de salário pela inflação e vale-refeição.
Uma assembleia foi marcada para a próxima 3ª feira (16.dez.2025) para decidir sobre a possibilidade de paralisação. Marcos Sant’aguida, presidente do Sintec-RJ (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro), disse ao Poder360 que os funcionários da empresa não podem sofrer pela crise provocada pela própria gestão da estatal.
“Vamos nos reunir com o nosso jurídico, diretoria e representantes sindicais para saber da posição e dos cenários para nos posicionarmos na assembleia, mas, a princípio, é inconcebível nós termos que sofrer perdas por algo que é a culpa da crise econômica que reside nas administrações desastrosas que geriram os Correios”, afirmou.
Os Correios têm prorrogado o ACT no momento em que a situação financeira da empresa se agrava. A estatal, que apresenta prejuízo de R$ 6,1 bilhões no acumulado até setembro, tenta fechar um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a bancos e com garantia do Tesouro Nacional. O aporte foi incluído no plano de reestruturação da empresa.
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