Painel eletrônico de cotações reflete a volatilidade e a dinâmica dos mercados financeiros
O Ibovespa opera em forte queda nesta terça-feira (16), pressionado por uma combinação de fatores domésticos e externos. O principal índice da B3 reflete o aumento da aversão ao risco após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), novos ruídos no cenário político e o desempenho negativo dos mercados internacionais.
Por volta das 14h, o índice recuava 1,51%, aos 160.017 pontos, devolvendo parte dos ganhos da sessão anterior. O movimento ocorre em um ambiente de cautela generalizada, com investidores reduzindo exposição a ativos de risco.
A ata do Copom, divulgada pela manhã, confirmou a decisão de manter a taxa Selic em 15% ao ano e trouxe um tom considerado conservador. O Banco Central reconheceu sinais de melhora no processo de desinflação e alguma moderação da atividade econômica, mas reforçou a necessidade de manter uma postura vigilante.
O documento destacou que, apesar da inflação mais comportada, as expectativas seguem acima da meta e o mercado de trabalho ainda apresenta resiliência. O comitê também deixou claro que não hesitará em retomar o aperto monetário caso o cenário volte a se deteriorar, o que reduz a probabilidade de cortes de juros no curto prazo.
A leitura predominante no mercado é de que, embora o ciclo de flexibilização esteja no radar, ele não deve começar imediatamente, aumentando a sensibilidade dos ativos domésticos a qualquer novo dado econômico.
O ambiente local também foi impactado por fatores políticos. Investidores acompanharam com atenção a divulgação antecipada de uma nova pesquisa eleitoral sobre a corrida presidencial de 2026 e a avaliação do governo.
O levantamento mostrou estabilidade nos índices de aprovação do presidente e indicou liderança nas intenções de voto, tanto no primeiro turno quanto em cenários simulados de segundo turno. Apesar de não trazer surpresas relevantes, o dado reforçou a percepção de incerteza política no horizonte, o que contribuiu para manter o mercado defensivo ao longo do pregão.
No cenário internacional, o tom também foi negativo. As bolsas de Nova York abriram em baixa, com investidores analisando dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e ajustando expectativas sobre a trajetória dos juros no país. O ambiente externo mais cauteloso acabou se refletindo diretamente nos mercados emergentes.
O petróleo registrava queda próxima de 3%, pressionando ações do setor de energia e contribuindo para o mau desempenho do índice brasileiro. Em paralelo, o dólar à vista avançava frente ao real, chegando a tocar a máxima de R$ 5,4590, enquanto os juros futuros subiam em praticamente toda a curva.
No mercado de commodities, a alta de 1,06% do minério de ferro negociado em Dalian, na China, trouxe algum alívio pontual para a Vale (VALE3), que operava em alta e ajudava a limitar perdas maiores do índice. Ainda assim, a maior parte das ações do setor de metais registrava desempenho negativo.
O pregão desta terça-feira sucede uma sessão positiva na véspera, quando o Ibovespa avançou 1,07% e encerrou aos 162.481 pontos. A reversão rápida reforça o clima de instabilidade e mostra que o mercado segue altamente sensível a dados econômicos, decisões de política monetária e ao noticiário político.



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