Colegiado declara que é injusto dizer que os Estados não combatem o crime organizado; ministro falou à CPI na 3ª feira (9.dez)Colegiado declara que é injusto dizer que os Estados não combatem o crime organizado; ministro falou à CPI na 3ª feira (9.dez)

Secretários de Segurança rebatem Lewandowski e cobram apoio da União

2025/12/10 14:19

O Consesp (Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública) divulgou uma nota na 3ª feira (9.dez.2025) em que rebate a fala do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante a audiência da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado no Senado, sobre uma eventual inércia dos órgãos de segurança pública estaduais no combate ao crime organizado.

No comunicado oficial (leia a íntegra abaixo), a entidade defende o esforço dos Estados e cobra apoio da União para o enfrentamento ao crime organizado no país. Diz ainda que os Estados têm arcado com a maior parte dos custos da segurança pública, enquanto a União, apesar de centralizar a arrecadação, investe proporcionalmente pouco.

Nesse papel, é de rigor consignar que os Estados e o Distrito Federal, entes federativos brasileiros, por meio de suas forças de segurança, têm atuado de forma contínua e intensa no enfrentamento à criminalidade, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais, em grande parte decorrentes do equivocado modelo federativo que concentra a maior parte da arrecadação na União”, lê-se no comunicado.

Segundo dados apresentados pelo colegiado, do gasto total de R$ 153 bilhões com segurança pública no país, R$ 118,5 bilhões foram bancados pelos Estados, o equivalente a 77% do total, enquanto a União contribuiu com R$ 22 bilhões e os municípios, com R$ 13,5 bilhões. O Consesp disse que apenas 0,4% das despesas federais são destinadas ao setor.

O conselho classificou como “injusta e desarrazoada qualquer afirmação de que os Estados não estão fazendo nada no combate ao crime organizado”. Defendeu que o país tenha um ministério próprio para a segurança pública, comandado por gestores especializados.

Leia abaixo a íntegra da nota oficial do Consesp:

“CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SEGURANÇA PÚBLICA

NOTA OFICIAL EM FACE DO PRONUNCIAMENTO DO EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

Posicionamento do Consesp (Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública) em face do pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Ministro da Justiça e Segurança Pública, durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado, de 9 de dezembro de 2025.

O Consesp (Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública), em atenção ao pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Ministro da Justiça e Segurança Pública, Enrique Ricardo Lewandowski, realizado nesta data (9 de dezembro), durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado, vem a público externar o seu posicionamento.

Primeiramente, convém destacar que o Consesp é o colegiado que reúne os Secretários de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal, instituído pelo Decreto no 11.009/2022, com a finalidade de representar os interesses comuns das Secretarias de Segurança Pública, fortalecer a cooperação entre União, Estados e Distrito Federal e propor medidas para o aperfeiçoamento contínuo do SUSP (Sistema Único de Segurança Pública).

Nesse papel, é de rigor consignar que os Estados e o Distrito Federal, entes federativos brasileiros, por meio de suas forças de segurança, têm atuado de forma contínua e intensa no enfrentamento à criminalidade, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais, em grande parte decorrentes do equivocado modelo federativo que concentra a maior parte da arrecadação na União.

Segundo dados da 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2025), do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de um montante de R$ 153 bilhões gastos com segurança pública, os Estados aportam R$ 118,5 bilhões (77% do total o investido em todo o pais), enquanto União dispende apenas R$ 22 bilhões, e os Municípios R$ 13,5 bilhões. Ainda segundo o mesmo Fórum, apenas 0,4% do total das despesas da União são direcionadas à segurança pública.

Enquanto a segurança pública ocupa atualmente o centro das preocupações da sociedade brasileira, são os Estados os que mais investem em prevenção e repressão ao crime no Brasil. Além de cumprir suas atribuições constitucionais, as polícias estaduais vêm desempenhando, na prática, funções que são de competência federal, como o combate ao tráfico de drogas e de armas, especialmente por parte daqueles situados na fronteira brasileira, investindo recursos estaduais no combate ao crime organizado sem a devida contrapartida financeira da União.

São os entes estaduais que mantêm as polícias civis, militares, penais e os bombeiros, garantindo a ordem pública, a investigação de homicídios e tráfico de drogas, o patrulhamento ostensivo e, crucialmente, o combate direto às facções, de forma que é injusta e desarrazoada qualquer afirmação de que os Estados não estão fazendo nada no combate ao crime organizado.

Nesse cenário, o Consesp reafirma seu entendimento de que, sendo prioridade no Brasil, a segurança pública deve contar com ministério próprio, dirigido por gestores de segurança pública, o que certamente contribuiria com a estabelecimento do diálogo e a construção de pontes, fortalecendo a cooperação federativa nos termos do art. 144 de nossa Carta Magna, segundo o qual segurança pública é responsabilidade de todos, exigindo a união de esforços entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Brasília/DF, 09 de dezembro de 2025.
SANDRO TORRES AVELAR
Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública”

Isenção de responsabilidade: Os artigos republicados neste site são provenientes de plataformas públicas e são fornecidos apenas para fins informativos. Eles não refletem necessariamente a opinião da MEXC. Todos os direitos permanecem com os autores originais. Se você acredita que algum conteúdo infringe direitos de terceiros, entre em contato pelo e-mail service@support.mexc.com para solicitar a remoção. A MEXC não oferece garantias quanto à precisão, integridade ou atualidade das informações e não se responsabiliza por quaisquer ações tomadas com base no conteúdo fornecido. O conteúdo não constitui aconselhamento financeiro, jurídico ou profissional, nem deve ser considerado uma recomendação ou endosso por parte da MEXC.

Você também pode gostar