O Bitcoin está entrando em setembro com desconforto, e por uma boa razão. Historicamente, o mês tem sido um problema para o ativo, e este ano ele chega em meio a tarifas, relatórios de inflação e um mercado alavancado que parece cada vez mais frágil.
Desde 2011, setembro tem sido o único mês em que o Bitcoin consistentemente registra perdas, com média de -4,6%. Essa estatística sozinha não importaria muito, mas com os preços próximos às máximas históricas, a fraqueza sazonal é amplificada pelo nervosismo sobre os dados econômicos dos EUA que estão por vir.
Tarifas em Destaque
As tarifas comerciais restabelecidas de agosto permanecem não resolvidas, com a aplicação apenas adiada até meados de outubro, apesar de uma decisão do tribunal federal de apelações. Os analistas esperam que seu impacto apareça nos relatórios de inflação ainda este mês — dados que podem se tornar o gatilho para os traders desfazerem posições.
Vetle Lunde da K33 Research já reduziu sua exposição pessoal ao Bitcoin, alertando que uma reprecificação repentina como a vista no início deste ano não pode ser descartada. Sua preocupação: uma vez que os temores macroeconômicos dominam, o Bitcoin tende a se comportar como qualquer outro ativo de risco, e as vendas podem acelerar rapidamente.
Mercado de Derivativos Parece Superaquecido
Ao mesmo tempo, a alavancagem está aumentando. O interesse aberto em futuros perpétuos subiu para seu ponto mais alto este ano, enquanto as taxas de financiamento oscilaram para frente e para trás sem direção clara. Essa combinação deixa o Bitcoin vulnerável a apertos acentuados. Se o sentimento se tornar negativo, os níveis de suporte em torno de $101.000 ou mesmo $94.000 podem entrar em jogo.
Fluxos de ETF e Divergência do Ouro
Os fluxos de investidores adicionam outra camada de cautela. Os ETFs de Bitcoin Spot perderam mais de 15.000 BTC em agosto, seu segundo pior mês desde o lançamento. Em contraste, o ouro tem atraído demanda recorde, atingindo novas máximas à medida que os bancos centrais transferem reservas dos títulos do Tesouro. A divisão ressalta que, embora o Bitcoin seja frequentemente rotulado como "ouro digital", os investidores ainda o tratam de forma muito diferente em tempos de estresse macroeconômico.
Perspectiva de Longo Prazo Ainda é Brilhante
Nada disso prejudica o caso de longo prazo do Bitcoin, argumenta Lunde. Perspectivas de cortes nas taxas do Fed, políticas fiscais expansivas e integração de planos de aposentadoria, tudo isso trabalha a favor do Bitcoin. Sua estratégia é esperar até que o impacto das tarifas esteja mais claro antes de reimplantar capital — refletindo uma visão de que a resiliência do ativo acaba vencendo, mas é necessária paciência no curto prazo.
O Que Vem a Seguir
O Bitcoin é negociado pouco acima de $111.000, mais de 10% abaixo do seu recorde de agosto. Com a participação nos futuros da CME diminuindo e a exposição a ETFs alavancados encolhendo, a volatilidade pode aumentar à medida que setembro se desenrola. Por enquanto, o foco está menos em novas narrativas e mais em como as forças econômicas tradicionais ditam o próximo movimento das criptomoedas.
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