O mercado automotivo brasileiro vive uma transformação impulsionada pelo fenômeno dos carros chineses. Marcas como BYD e GWM chegaram com uma estratégia agressiva, desafiando os modelos nacionais tradicionais com tecnologia embarcada e um custo-benefício surpreendente.
O sucesso das novas marcas chinesas se baseia em três pilares: tecnologia, eletrificação e preço. Elas entraram no mercado focando em segmentos de maior valor agregado, como SUVs híbridos e elétricos, uma área onde as montadoras tradicionais ainda caminhavam a passos lentos no Brasil.
Imagem ilustrativa de uma família com um carro elétrico
Ao oferecer veículos repletos de tecnologia por um preço competitivo, a BYD e a GWM quebraram a antiga percepção de que carro chinês era sinônimo de produto de baixa qualidade. Essa nova imagem, focada em inovação e sofisticação, conquistou rapidamente uma fatia expressiva do mercado.
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A melhor forma de entender o impacto é comparar diretamente o que a GWM oferece em relação aos líderes de mercado. O Haval H6 chegou oferecendo motorização híbrida e um pacote de tecnologia de série que, nos concorrentes, só era encontrado em versões topo de linha muito mais caras, ou nem sequer estava disponível.
A tabela abaixo mostra a realidade do mercado de SUVs médios na mesma faixa de preço. A diferença em potência e equipamentos de série ilustra o novo patamar de custo-benefício que os consumidores passaram a exigir.
| Modelo (SUV Médio) | Motorização (Potência) | Tecnologia Chave (de Série) | Preço Aproximado |
| GWM Haval H6 HEV | Híbrido (243 cv) | Piloto automático adaptativo, câmeras 360°, teto solar. | R$ 214.000 |
| Jeep Compass Longitude | 1.3 Turbo Flex (185 cv) | Itens de tecnologia avançada são opcionais ou de versões superiores. | R$ 192.000 |
| Toyota Corolla Cross XRE | 2.0 Flex (177 cv) | Pacote de segurança básico, sem os luxos do concorrente. | R$ 178.000 |
A disrupção não se limitou aos SUVs. O BYD Dolphin causou um verdadeiro terremoto no mercado ao se posicionar como o carro elétrico mais barato do Brasil, com um preço inicial competitivo ao de versões topo de linha dos carros a combustão mais vendidos do país, como Onix e HB20.
Essa estratégia agressiva democratizou o acesso ao carro elétrico e forçou uma queda de preços em toda a categoria. A comparação abaixo mostra como o elétrico chinês ofereceu uma proposta de valor completamente nova para o consumidor de carros compactos.
| Modelo (Compacto Premium) | Motorização | Tecnologia Chave (de Série) | Preço Aproximado |
| BYD Dolphin | 100% Elétrico (95 cv) | Tela multimídia giratória, 6 airbags, chave presencial. | R$ 149.800 |
| Chevrolet Onix Premier | 1.0 Turbo Flex (116 cv) | Multimídia, carregador por indução, alerta de ponto cego. | R$ 119.000 |
| Hyundai HB20 Platinum Plus | 1.0 Turbo Flex (120 cv) | Pacote ADAS, painel digital, ar-condicionado digital. | R$ 121.000 |
Apesar do sucesso, as marcas chinesas enfrentam desafios. A expansão da rede de concessionárias e de oficinas, a disponibilidade de peças e o valor de revenda ainda são pontos de desconfiança para parte dos consumidores. A infraestrutura de recarga para elétricos também é um obstáculo.
Para entender a história da gigante chinesa que está transformando o mercado automotivo brasileiro, selecionamos o conteúdo do canal AUVP Capital. No vídeo a seguir, a apresentadora detalha visualmente a trajetória da BYD, desde sua origem como fabricante de baterias de celular até se tornar líder em veículos elétricos. O vídeo explora o segredo da bateria “Blade” e a estratégia da empresa ao assumir a antiga fábrica da Ford em Camaçari:
O futuro, no entanto, é promissor. Com planos de produção nacional e investimentos bilionários no país, anunciados junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a tendência é que a BYD e a GWM se consolidem como players importantes no mercado brasileiro, acelerando a eletrificação da frota nacional, um movimento acompanhado de perto pela FENABRAVE.
Pontos de atenção para o consumidor:
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